Apresentação

Pra quem acredita que a lua-de-mel não acaba quando voltamos da viagem...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Eu não existo longe de você...

Avião sem asa, fogueira sem brasa, sou eu assim sem você... Será mesmo?
               
                     
Esses dias estava conversando com minha amiga Karin, pois o esposo dela precisou fazer uma viagem e ela estava com saudades dele. Isso aconteceu comigo há pouco tempo e eu queria conversar disso com vocês.

Eu já contei pra vocês sobre todas as minhas mudanças de emprego desse ano (aqui) e por causa disso aconteceram algumas coisas diferentes do normal.

O Meu Bem sempre tirava férias junto comigo desde que namorávamos. Como eu era professora, eu tinha férias apenas em julho e janeiro. Quando mudei de emprego (em maio) eu teria que ficar pelo menos um ano sem férias. Mas o Meu Bem precisava sair de férias, então ele decidiu sair de férias no mês de agosto.

Ficamos um pouco chateados porque ele passaria o mês em casa enquanto eu trabalhava. Eu ia trabalhar de carro e ficava o dia fora. Sem contar as minhas viagens a trabalho. Então  eu disse pra ele que ele deveria viajar um pouco nas férias dele.

Procurando destinos, ele encontrou uma passagem pra NY por um preço muito bom mesmo! Então minha sogra me perguntou se eu me importava de que ela e Meu Bem fossem viajar juntos. E, na verdade, eu não me importei.

Começaram os preparativos pra viagem deles e, claro que a gente ficou triste por passar 15 dias longe. Nós somos humanos, somos casados e já nos acostumamos a ter alguém por perto o tempo todo. Muitas pessoas criticaram nossa decisão e algumas que não criticaram, acharam, no mínimo esquisito rsrs. Não culpo as pessoas que fizeram comentários  do tipo "ele é casado agora, deve viajar com você e não te deixar sozinha". Realmente não é comum que um cônjuge saia de férias  e deixe o outro em casa rs.

Mas a nossa situação era diferente, pelo menos pra mim. Eu fazia muitas viagens a trabalho na época, e o Fellipe ficava sozinho. E quando é uma viagem a trabalho ninguém reclama ou acha ruim que um cônjuge fique sozinho. Por que, então, deveriam achar ruim sobre uma viagem de férias?

A realidade é que quando minha sogra me perguntou se haveria problema que eles viajasse juntos, eu me coloquei no lugar dela. Ela é mãe e vai sempre ser. E existe uma posição chata da sociedade que diz que a mãe do menino nunca pode sentir falta, deve deixar ele crescer independente, ensinar a ele que ele não deve chorar, dentre tantas outras coisas. Mas não deveria ser assim. Mãe sempre vai sentir falta, sempre vai querer que seu filho caiba no seu colo, sempre vai querer dar o mundo pro seu filho, passar tempo com ele, independentemente de ser menino ou menina.

Eu tenho o sonho de ser mãe  e fico imaginando que, se eu tiver um menino e, quando ele crescer, eu não puder participar da vida dele, ou viajar com ele novamente, porque a namorada/esposa dele não  deixa, eu vou ficar arrasada. Eu não tenho o direito de impedir que a mãe do meu esposo deixe de ser mãe dele. Assim como a minha mãe também ama passar tempo comigo e com meu irmão, ela manda mensagem, faz a comida que a gente gosta, da presente, chora de saudade e tudo o mais...

Quando comecei a escrever esse texto, pensei em falar sobre a individualidade do casal, sobre compreender que viagens a trabalho precisam acontecer mesmo que a gente morra de saudade, porque em poucos dias estaremos junto, que a gente existe sim, mesmo sem o cônjuge por perto.

Mas mudei o rumo do texto... e acabei falando sobre as relações que realmente importam.
Quando eu digo pra se colocar no lugar do outro, não é somente do seu cônjuge, mas do restante das pessoas que te cercam. E isso não é fácil, a gente também sente raiva e também quer ter razão sempre. A gente machuca as pessoas da mesma forma que elas nos machucam.


Mas pense bem... sua sogra não é sua inimiga. Se coloque no lugar dela. Ela também está passando por mudanças na vida dela. Ela está vendo seu filho sair de casa, querer passar muito tempo com outras pessoas, talvez mudar de país, estado, cidade. Seus sogros criaram expectativas pra vida deles, assim como você  criou pra sua vida. E quando as coisas não acontecem como sonhamos, temos a tendência de agir de formas inesperadas.

Posso garantir que tudo o que os pais querem é passar tempo com seus filhos, na idade que eles tiverem. Devemos amar e respeitar nossos pais e lembrar de ficar com eles, por tudo o que eles fizeram por nós. Mas não se esqueça que você tem seus pais e seu cônjuge  tem os dele. Os dois lados merecem atenção de vocês.

Para que seu relacionamento sempre dê certo você precisa entender que o respeito é fundamental. Respeito ao cônjuge e à família dele. Todos acertam e erram e todos eles vão  fazer parte da sua vida.

Às vezes a situação a ser resolvida é muito mais simples que uma viagem. Permita que as pessoas participem da sua vida, claro, juntamente com os devidos limites. Mas nunca deixe de fora as pessoas que amam seu companheiro da mesma forma que você.

Você só tende a ganhar!

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